A pandemia impactou de forma significativa os negócios. Somente até julho de 2020, mais de 700 mil empresas foram fechadas. Por isso, hoje, gestores buscam melhores práticas gerenciais e querem entender os desafios da governança corporativa pós-pandemia.
Grosso modo, pense na governança corporativa como um sistema com pesos e contrapesos que melhora as decisões tomadas, sobretudo aquelas de longo prazo. Assim, garante-se que a firma gere mais valor às suas partes interessadas, como investidores, clientes e colaboradores.
Nos tópicos seguintes, apresentamos cuidadosamente os maiores desafios da governança corporativa pós-pandemia e como superá-los. Portanto, continue com sua leitura.
Construir uma gestão de riscos e crises
Sem dúvida, a pandemia da COVID-19 foi uma das mais graves crises vividas nas últimas décadas. Organizações, empresários e gestores foram pegos desprevenidos, sem um plano de contingência ou recursos (financeiros ou não) para lidar com a situação desoladora.
Ficou, então, a lição de identificar e administrar os riscos existentes, assim como organizar os recursos para períodos “magros”. Isso é um desafio, afinal, exige ótimo planejamento organizacional, prudência gerencial e alinhamento das pessoas envolvidas com o negócio.
Na prática, os riscos podem ser diagnosticados ao utilizar a matriz de riscos, que relaciona probabilidade e impacto de cada evento negativo. Também é importante contar com planos de contingência, que explicam o que deve ser feito caso surjam novas crises.
Nutrir a transformação digital do negócio
A pandemia trouxe fortes avanços em termos de digitalização. Muitas empresas tiveram que migrar seus funcionários para o trabalho remoto, estimulando-os a trabalhar em casa. Essa transformação digital ainda não acabou e pode ser considerada um grande desafio.
A verdade é que, mais que nunca, as empresas necessitam de boas tecnologias para lidar com suas rotinas, seus funcionários e suas equipes. Softwares gerenciais, por exemplo, possibilitam melhores planejamento, organização e controle dos recursos, além de integração entre os departamentos funcionais do empreendimento — como financeiro, marketing e logística.
Neste caso, cabe à governança corporativa reconhecer a digitalização como instrumento para sustentabilidade do negócio, de modo a mantê-lo saudável e competitivo. Isso implica na alocação de recursos para a transformação digital, como tempo, energia e orçamento.
Manter a mente aberta às mudanças
Após a pandemia, muita coisa tem mudado. Por exemplo, funcionários estão voltando ao trabalho presencial ou adotando o modelo híbrido; clientes reavaliam suas necessidades (e prioridades) de consumo; e fornecedores ajudam com planos, preços e modelos de pagamento.
Entretanto, manter a mente aberta às mudanças é um desafio. Elas implicam imprevisibilidade e, consequentemente, risco adicional. Além disso, as pessoas gostam de preservar o estado atual das coisas (status quo), conservando suas rotinas de trabalho.
Aqui, cabe à alta direção reconhecer as mudanças, identificar suas oportunidades e falar sobre isso de maneira clara com os liderados. Em geral, a aversão às transformações é reflexo da falta de compreensão e do temor por perdas, não da ausência de interesse em algo novo. Portanto, deixe claro como as mudanças podem gerar benefícios para a empresa e suas equipes.
Preservar o senso de sustentabilidade
Ao longo da pandemia, diversas empresas atuaram em vista do bem-estar geral: doaram mantimentos, remédios e até equipamentos hospitalares. A título de exemplo, somente o Banco Itaú doou mais de R$ 1 bilhão para criar uma frente de combate ao coronavírus.
Neste pós-pandemia, um grande desafio à governança é nutrir o senso de sustentabilidade nos negócios. Isso vai além de ganhar dinheiro, pois demanda a contribuição para causas sociais e ambientais, de modo que a firma promova mais externalidades positivas. Grosso modo, sustentabilidade reflete a intersecção econômica, social e ambiental da empresa.
Esse desafio pode ser vencido ao arquitetar uma noção mais ampla de governança, hoje normalmente chamada de ESG — acrônimo do inglês: Environmental, Social and Governance. Os princípios ESG somam mais responsabilidade ambiental e social aos empreendimentos.
Disseminar o compliance na empresa
Compliance é um termo bem amplo, mas que pode ser entendido como conformidade ou adequação. Sua missão é garantir que a organização esteja mais bem adequada às normas e aos regulamentos vigentes, inibindo desvios de conduta, subornos e/ou crimes.
Um bom programa de compliance é fundamental à governança corporativa, pois resulta em mais segurança e melhores práticas ao longo do expediente. Todavia, costuma ser bastante desafiador fazer com que as pessoas sigam a direção, retifiquem práticas inadequadas e ainda corrijam seus colegas de trabalho, caso eles atuem em prejuízo ao empreendimento.
A disseminação do compliance exige nitidez sobre as políticas, sejam internas ou externas, que devem ser cumpridas. Também é necessário comunicar claramente a razão pela qual o assunto é importante e como os profissionais, líderes ou não, podem se adequar.
Melhorar todo o processo de tomada de decisão
Em última análise, a governança tem o objetivo de melhorar as decisões tomadas, sejam elas financeiras, operacionais ou tributárias. Na medida em que boas escolhas são acumuladas, o empreendimento pode se tornar mais competitivo, prestigiado e próspero.
Efetivamente, decisões ruins são reflexo de três principais variáveis: incompetência técnica, vieses cognitivos e conflitos de interesse. No primeiro caso, a falha é mais aparente e pode ser resolvida com programas de qualificação. Nos dois últimos, o problema mostra-se mais subjetivo e difícil de detectar, sendo preciso construir um sistema capaz de inibi-lo.
De modo geral, melhorar as decisões exige a descentralização das escolhas. Criar grupos, comitês e conselhos é uma ótima iniciativa. Auditar as decisões tomadas, tendo por intuito identificar e punir desvios de conduta, também pode ser de grande ajuda.
Na prática, é sempre importante contar com boas tecnologias, como softwares gerenciais. Assim, além de planejar e organizar melhor seus recursos, você terá acesso a mais informações e relatórios úteis à tomada da decisão. Também será possível construir um empreendimento mais moderno, ágil e preciso, capaz de se ajustar aos novos horizontes impostos pelo mercado.
Veja, agora você está por dentro do assunto. Gerenciar riscos, cuidar da transformação digital, nutrir mudanças e melhorar as decisões tomadas, entre outras coisas, são grandes desafios da governança corporativa. É preciso de trabalho conjunto para poder superá-los.
Gostou do nosso artigo, certo?! Aproveite para falar das suas dúvidas ou sugestões nos comentários, além de compartilhar suas experiências sobre desafios da governança corporativa. Vamos lá!