Já começamos indo direto ao ponto, ou seja, definindo o termo. Então, o que é inovação disruptiva? Essa expressão se refere a um conceito, produto ou serviço que descontinua um mercado existente ou cria um segmento de negócio completamente novo. Essa descontinuação ocorre quando os fatores tradicionais de valor em um mercado existente são significativamente alterados.
Normalmente, um novo participante entra no mercado existente com nova tecnologia ou um novo modelo de negócios (ou uma combinação de ambos), fornecendo um novo tipo de valor que difere das ofertas antes oferecidas. Na teoria, uma estratégia de inovação disruptiva é composta de quatro elementos:
- proposição de valor;
- fórmula de lucro;
- processos;
- recursos.
Agora que você já sabe o que é inovação disruptiva, continue lendo e saiba quem inventou esse termo e para que serve. E para você entender melhor como isso funciona na prática, trouxemos 13 exemplos que transformaram os mercados em que estão inseridos. Vamos juntos?
Como surgiu o termo inovação disruptiva?
O inventor da expressão foi um professor de Harvard, Clayton M. Christensen em uma publicação de 1997. O mestre explicou que novas revoluções, sejam industriais, sejam tecnológicas, acabam com as anteriores. Dessa forma, o produto anterior poderia se tornar obsoleto quando o novo surge com o mesmo intuito, mas de uma forma transformadora, excedendo tanto em utilidade quanto em preço e qualidade.
Um exemplo, são os celulares, que praticamente já substituíram os telefones fixos, sobretudo em residências. E não são apenas as grandes empresas que usam a inovação disruptiva, as empresas de pequeno porte também colaboram com o mercado com diversas inovações transformadoras.
Quais são as inovações disruptivas mais conhecidas?
1. Netflix
Sem dúvida, a Netflix é um exemplo de inovação disruptiva bem-sucedida. Começando como uma empresa fornecedora de correspondências em DVD, ela ofereceu um produto econômico e conveniente para uma fatia do mercado que antes era ignorada.
Visando às pessoas que eram fãs de filmes, mas não necessariamente interessadas em novos lançamentos, a Netflix estava fornecendo um produto personalizado para um grupo específico.
Ela, originalmente, não representava uma ameaça para empresas como a Blockbuster, operando em um segmento distintamente diferente do mercado. No entanto, após esse sucesso inicial, ela tomou a iniciativa ousada de interromper seu próprio modelo de negócios, afastando-se de um espaço seguro e invadindo a mídia de streaming.
Como dissemos, a inovação disruptiva geralmente envolve uma empresa interrompendo um player estabelecido, e foi exatamente isso que aconteceu com a Netflix. O novo movimento levou-a ao mesmo espaço competitivo da Blockbuster, acabando por expulsá-la do mercado.
O último empreendimento disruptivo da Netflix foi em 2013, quando entrou no mercado de produções cinematográficas. Até agora, com um sucesso estrondoso, a provedora global de filmes provou que sabe interromper, inovar e ter sucesso.
2. Apple iTunes
O ano de 2001 viu o lançamento do primeiro iPod, um media player portátil capaz de armazenar em média mil músicas. Em si, o dispositivo não era uma tentativa de inovação disruptiva. Isso porque, uma variedade de outros dispositivos já existia e, embora o iPod fosse considerado um produto melhor do que a maioria, ele não tinha como alvo um novo mercado.
Fundamentalmente, foi a combinação do iPod e o lançamento simultâneo do iTunes que trouxe uma nova interrupção, abrindo novas maneiras de comprar e tocar música. O iTunes é uma biblioteca de mídia e um mercado de música. Ele segurou os usuários do iPod na compra de músicas da loja virtual, mas, mais importante, ofereceu conveniência e um preço mais baixo.
Ao integrar a Internet no processo de curadoria de músicas, a Apple usou a inovação disruptiva para mudar os próprios fundamentos da maneira como os consumidores ouviam música. Como resultado, Walkmans, CDs, tocadores de MP3 e lojas de discos são geralmente considerados artefatos antigos no mercado atual.
3. Nubank
O Nubank, desde 2013, está desafiando a estrutura bancária tradicional que domina o maior mercado único do Brasil: os serviços financeiros. Eles mudaram o foco da infraestrutura para o telefone móvel. Os produtos de crédito da startup brasileira são atraentes para os clientes que estão pagando demais nos bancos tradicionais em termos de taxas e juros e obtendo uma experiência ruim em troca.
A mudança de foco do Nubank interrompeu o mercado, removendo muitas das barreiras à entrada, que os brasileiros frequentemente enfrentam ao tentar obter crédito. O modelo de negócios da incrível inovação disruptiva chamada Nubank vai contra tudo em que o setor financeiro no Brasil foi construído.
Com base nos quatro principais pilares de tecnologia, ciência de dados, design e experiência do cliente, o Nubank apresentou aos clientes um novo padrão em serviços financeiros. O design e a experiência do aplicativo, além de esteticamente agradável, têm um objetivo claro: devolver o poder e o controle às mãos do cliente.
Assim, o usuário pode bloquear e desbloquear seus cartões de crédito, pagar suas contas, ter acesso a todas as suas despesas em tempo real, alterar seus limites de crédito. Além disso, o aplicativo é intuitivo, moderno e limpo, elementos que são difíceis de encontrar nos aplicativos financeiros brasileiros.
4. Airbnb
O movimento digital interrompeu recentemente muitas indústrias, em detrimento de muitos operadores históricos delas, mas em benefício dos consumidores e da sociedade. A economia de compartilhamento é uma dessas interrupções, adquirindo escala nos últimos anos com altas perspectivas de crescimento no futuro: a McKinsey projeta as receitas do setor para atingir 335 bilhões de dólares em todo o mundo até 2025.
O Airbnb é uma empresa que capitalizou a economia de compartilhamento para interromper o grande momento da indústria de viagens, construindo um modelo operacional e de negócios, além de aproveitar os recursos digitais.
Por ser um mercado, a principal proposta de valor do Airbnb é essencial para uma oferta baseada em informações. Em outras palavras, o Airbnb não tem nenhuma das propriedades, nem precisa preocupar-se em fornecer valor na forma de ativos reais.
Em vez disso, seu modelo de negócios baseia-se em conectar pessoas que têm algo a oferecer com outras que precisam do que têm. É toda a informação no centro. Além disso, como mercado, o Airbnb tem vários fluxos de receita, todos conectados à reserva de estadias e experiências.
No lado operacional, o Airbnb incorporou escalabilidade em tudo o que a empresa faz. Seja trabalhando com reguladores, seja desenvolvendo anúncios e aplicativos, a startup configurou processos que permitem que ela se mova rapidamente para novos mercados.
5. WhatsApp
Você se lembra como era se comunicar com pessoas e empresas antes do WhatsApp? O aplicativo surgiu como uma alternativa gratuita para utilização do SMS (os famosos “torpedos” e, até, para o telefone), bastando ter acesso à internet.
Atualmente ele se tornou um dos principais meios de comunicação por texto e voz em todo o mundo, seja para conversas pessoais, profissionais ou em grupo. Sua utilidade foi expandindo com o passar do tempo e agora — por meio do WhatsApp Business — também é usado por empresas para informar entregas, atender clientes, automatizar mensagens e mais.
6. Uber
É de conhecimento comum que há muita burocracia envolvida quando alguém deseja se tornar um taxista. As associações ou cooperativas que gerenciam esses profissionais exigem veículos com características específicas, certificação específica, inscrição no INSS (o já famoso MEI) e realização de cursos específicos (como primeiros socorros, mecânica, elétrica básica, entre outros).
No entanto, tudo isso foi facilitado com o surgimento do Uber, um aplicativo de mobilidade urbana que solicita menos requisitos para utilização. Essa tecnologia transformou a vida tanto dos profissionais autônomos quanto dos passageiros. Os primeiros têm uma alternativa de trabalho mais versátil, menos burocrática e com maior demanda de clientes. Já os passageiros têm uma alternativa simples, mais econômica e prática de se locomover.
Graças ao seu sucesso, foram criadas outras versões do aplicativo, como o UberX, UberXL, Comfort, Green e Black, conforme a necessidade do cliente. Além disso, também surgiram muitas empresas do mesmo ramo, como a 99, Cabify, InDriver, Lyft e outras.
7. Wikipédia
Como o próprio nome indica, a Wikipédia consiste em uma espécie de enciclopédia, porém disponibilizada de forma online, completamente gratuita e em diferentes línguas.
O grande diferencial desse portal é o fato de que qualquer pessoa pode criar uma página ou alterar as já existentes. Isso significa que você complementa informações faltantes, caso as encontre, e isso vale para pessoas, acontecimentos, objetos, conceitos e qualquer outro tema.
Porém, é por essa mesma razão que a Wikipédia nem sempre é considerada uma fonte confiável, pois os conteúdos das páginas podem ser alterados por qualquer indivíduo.
8. Spotify
Já se foi o tempo em que precisávamos de discos, CDs ou pendrives para escutarmos as músicas que quiséssemos. Hoje você pode facilmente baixar o Spotify e escolher a música que deseja, desde que tenha acesso à internet.
Seu serviço é gratuito — uma qualidade que fez sua popularidade crescer aceleradamente —, mas existem planos pagos que permitem escutar músicas sem interrupções comerciais. Para os criadores de música, também ficou mais fácil adquirir popularidade com o público, já que esses últimos não precisam comprar CDs físicos.
Com o passar do tempo, o Spotify desenvolveu um modelo e uma inteligência artificial que recomenda as músicas com maior probabilidade do usuário curtir, além de também passar a oferecer podcasts.
9. Ifood
Ifood é uma marca brasileira criada em 2011 com o objetivo de oferecer entregas de comida pela internet. Ela permite que empresas do ramo de food service — como restaurantes, lanchonetes, padarias, cafeterias, entre outros — se cadastrem na plataforma. A partir daí, os consumidores interessados peçam comida com maior facilidade.
Basicamente, a plataforma opera como um intermediário entre os pedidos dos clientes e a empresa, cobrando uma pequena taxa do food service. A grande revolução no caso foi a facilidade para que clientes encontrem novos restaurantes online em um mesmo lugar e façam seus pedidos, já que não é preciso ligar para o estabelecimento ou entrar em um site específico.
10. Kodak
Num passado não tão longínquo assim, as máquinas fotográficas tinham filmes (em geral da Kodak), os quais eram revelados para resultar nas fotografias. E foi a própria Kodak a inventora da câmera digital, que também usava seus filmes.
O irônico é que essa mesma empresa foi vítima da sua própria disrupção ao ser substituída por concorrentes que se reinventaram com mais novidades, e, finalmente, pelas câmeras de smartphones, que, aliás, é mais um exemplo de inovação disruptiva.
11. Rappi
A Rappi nada mais é que um sistema de delivery modernizado e ampliado. Antes, as entregas eram limitadas a lanchonetes e restaurantes. Com a solução trazida pela empresa, já é possível pedir qualquer coisa, incluindo compras de supermercado, lojas de departamento, de farmácia, itens personalizados, lojas de moda, entre outras.
Durante a pandemia da COVID-19, a Rappi deslanchou, já que tornou possível ter qualquer coisa entregue em casa, representando uma salvação para comprar durante o isolamento social.
O aplicativo traz uma solução que permite economizar tempo, um recurso mais valorizado a cada dia. Além disso, você terceiriza sua compra completamente, já que, enquanto uma pessoa faz a compra e entrega o que você precisa, você gasta seu tempo com outras coisas importantes.
12. Yellow
Quase todo mundo já viu uma bicicleta ou patinete elétrico estacionado em algum lugar e se perguntou: “quem deixou aí, será que não vão roubar?” Essa pergunta era feita antes da Yellow se popularizar. Agora, a maioria de nós sabe que trata-se de um meio de transporte para ser compartilhado.
Com a solução da empresa muitas pessoas se locomoviam de formas prática, econômica, ágil e sustentável. Além disso, podia se favorecer de todos os benefícios de uma bike: não ter que arcar com custos de combustível, ficar preso no congestionamento e não emitir poluentes. Por outro lado, o usuário fica livre de preocupações com a bicicleta, como fazer manutenções ou correr o risco de ela ser roubada.
Atualmente, as operações da Yellow foram interrompidas no Brasil, mas esse continua sendo um exemplo de inovação disruptiva. Enquanto a empresa funcionou, várias pessoas deixaram de usar táxis, ônibus e carros de aplicativos.
13. Zaitt
Com a Zaitt, os mercados inteligentes crescem a cada dia. Os que aderem a essa superinovação disruptiva são mercados autônomos, em que as pessoas façam suas compras e, em vez de passar no caixa, escaneiam os códigos dos produtos e realizam os pagamentos.
A ideia é que as compras sejam feitas de forma mais rápida. Outro benefício é a segurança, já que o aplicativo não aceita dinheiro em papel. Esta solução é prática, segura e ágil — embora alguns idosos possam ter dificuldades em usar o aplicativo, o que fará com que os mercados tenham que disponibilizar funcionários para auxiliar essas pessoas.
Como mostram os exemplos, a criação da próxima ideia de negócio disruptivo e de bilhões de dólares não acontece num piscar de olhos. Você precisa dos recursos certos para poder ver além das normas do setor e do momento ideal para levar as pessoas a se preocuparem com a sua ideia.
Quais são as principais características de uma inovação disruptiva?
Para disromper um mercado, você deve estar disposto a transformar seus negócios existentes, ser ágil e aceitar riscos. Apesar do fato de que criar inovação disruptiva pode ser um desafio, isso não significa que não há nada que você possa fazer para se preparar para isso — basta abordá-lo de maneira diferente.
Algumas dicas simples a serem lembradas ao procurar novas oportunidades de crescimento disruptivas no mercado atual ou adjacentes são:
- adote softwares que permitam a integração com outras soluções para aumentar a produtividade e a eficiência dos seus negócios;
- ouça seus clientes e observe as tendências do setor;
- aborde a inovação de forma iterativa e paciente;
- foque na inovação do seu modelo de negócios.
As principais características de uma inovação disruptiva estão listadas abaixo.
Acessibilidade
A inovação tem fácil acesso à sociedade, principalmente em questão de facilidade de uso, mas também com preços acessíveis. Isso porque, ao ficar restrita a um grupo restrito, ela não é capaz de transformar, ou seja, de ser disruptiva de fato.
Conveniência
Por conveniência entendamos a capacidade de solucionar os problemas reais das pessoas e de promover o bem-estar. São exemplos os aplicativos de carros, de entrega de comidas, de compras de supermercados e farmácias, os aplicativos de mensagens, entre outros.
Escalabilidade
Trata-se da possibilidade de atender a um grande e fugaz aumento de demanda sem a necessidade de consumir mais recursos ou de aumentar a estrutura em uma proporção equivalente. Ainda que uma inovação disruptiva não seja muito escalável, terá a capacidade de tornar a empresa mais competitiva e presente no mercado.
Design simples
Um design simples é muito importante para que uma inovação com potencial disruptivo seja aceita pelas pessoas. Um bom exemplo são os antigos laserdiscs. Eles eram discos que se assemelhavam aos DVDs e surgiram 20 anos antes destes. Não vingaram porque não eram práticos, já que tinham tamanhos de discos de vinil e eram frágeis.
Outras características da inovação disruptiva que são bem-vindas são:
- ter margens de lucro menores do que a concorrência;
- iniciar atendendo uma fatia pequena do mercado;
- serviço ou produto a um custo baixo;
- trazer uma solução essencial;
- ter uma estratégia original;
- simplicidade de uso.
Como a inovação disruptiva revoluciona o mercado?
O fato de ser “disruptiva” já significa que esta novidade revoluciona o mercado. Mas essa revolução traz vários benefícios, listados a seguir, sendo que muitos deles também pertencem à lista do item anterior. Confira:
- tornar as soluções acessíveis a todas as classes sociais e grupos de pessoas;
- traz conveniência, conforto, economia de recursos e de tempo;
- promove as melhorias individualmente ou coletivamente;
- agrega valor ao negócio (no caso das empresas);
- criação de novos postos de trabalho;
- novas oportunidades de negócio;
- melhora a qualidade de vida;
- criação de novos públicos;
- é de uso simples;
- tem preço baixo etc.
A inovação disruptiva está bastante presente no Brasil e muitas das plataformas explicadas são utilizadas por grande parte da população. Isso significa que há uma boa perspectiva para o futuro na área, pois o povo brasileiro já demonstrou ser aberto às novas tecnologias. Por isso, o seu negócio poderá conquistar um amplo desenvolvimento, lucros e até se tornar referência no mercado caso também desenvolva soluções inovadoras.
Agora que você já sabe o que é inovação disruptiva, compartilhe já este material em suas redes sociais para que outras pessoas conheçam estas inovações incríveis e revolucionárias!